MARIA, MÃE DE DEUS
No dia 24 de março celebramos a Solenidade da Anunciação do Senhor.
Somos convidadas a
mergulharmos no mistério da anunciação
contemplando a manifestação de Deus à humanidade pela Encarnação do Verbo. . A anunciação é, a revelação do mistério
da encarnação no inicio de sua realização sobre a terra. Maria, por sua
disponibilidade de coração, acolhe em seu ventre o Verbo de Deus, tornando-se a Mãe de Deus- Theotókos.
São Paulo fala do grande mistério de Cristo que, no
momento culminante da história do mundo, vem enviado pelo Pai
à humanidade para fazer-se, também ele, completamente humano. “Quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu
de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a
lei, para que recebêssemos a sua adoção (Gl 4, 4-5).
“A
visita do Senhor ao seu povo já
havia sido anunciada com insistência
pelos profetas. Quanto a isso não haviam
dúvidas. Mas o modo como o Senhor
apareceria continuava mistério. E
aqui se manifestou a novidade.
Ele não passou pela
humanidade, mas aqui se
deteve; não se dirigiu às pessoas de
fora, mas se fez
humanidade e assumiu tudo de
dentro. Mostrou-se Deus de homens, falando e agindo no próprio coração da experiência humana. “[1]
Na anunciação, Maria entrega-se
completamente a Deus, manifestando a “obediência da fé”. Respondeu com todo o
seu “eu” humano feminino, e nessa resposta de fé estavam contidas uma perfeita cooperação com a graça de Deus e uma perfeita
disponibilidade à ação do Espírito Santo, o qual aperfeiçoa
continuamente a fé mediante
seus dons.[2]
Através da narração de Lucas, percebemos
que Deus vem ao encontro de Maria, fazendo-lhe sentir
que Ela é a Cheia
de graça, a Amada
de Deus. Ela crê
na palavra do anjo, e sente-se por
uma íntima experiência Amanda
de Deus. Maria experienciou no mais intimo de si o que nos
diz São João: “Não fomos nós que
amamos a Deus, mas foi Ele que
nos amou”(1Jo 4, 10).
O Mensageiro de Deus Diz: Alegra-te! Convida-a
a alegria pela
presença misericordiosa e salvífica de Deus entre
o seu povo. Cabe
a ela alegrar-se
porque o Senhor está com ela para estar
com o seu povo. O mistério
anunciado é de alegria, pois é o mistério de Cristo. Diz ainda: Kecharitoméne! -Palavra grega que
significa: Cheia de
graça, favorita, privilegiada, sumamente
amável, cheia de beleza e encanto. Cheia de graça significa, repleta de Deus.
No relato da anunciação podemos identificar dois movimentos: Deus que dialoga mediante seu Anjo com Maria, para significar que a presença do Espírito se realiza em um encontro respeitoso feito de
chamado e resposta e Maria que com seu Fiat se converte em
expressão do Espírito
Pela resposta obediente e cheia de fé,
dada sob o impulso e a força do Espírito Santo, Maria se
torna Mãe de Deus e Mãe da Igreja porque
acolhe o Verbo do Pai.
A anunciação envolve também o silencioso
futuro marido, José (Mt 1, 18-25). José, diante
da revelação em sonho, da
gravidez de Maria, passa por um momento de crise, mas age
sempre buscando o bem, inspirado
por Deus. José é chamado de “homem justo”. Sua justiça não se baseia na lei, mas na misericórdia. Ele acolhe humildemente
o mistério, que está além de sua compreensão[3].
Oração
Senhor, na tua
presença me alegro, como uma
criança diante do brinquedo
desejado. E tu brincas comigo, e eu contigo. Em ti me alegro, pois tu és a grande
Boa-Notícia. Obrigada por receber tantos dons. Sinto muitos
sinais do teu amor e da tua misericórdia
na minha vida. Assim, venho,
agradecido me alegrar na tua
presença. E, como Maria, digo que
podes contar comigo. Quero
ajudar a realizar teu sonho sobre a humanidade. Eis-me aqui,
como tua serva. Eu quero que faça
em mim segundo a tua vontade.tu estás comigo. Teu Espírito repousa
sobre mim. Tu estás em mim. Ouço a tua
voz:Alegra-te, agraciada, o senhor está
contigo! Eis-me aqui![4]
[1] MORI, E.
G. Anunciação do Senhor . In. Dicionário
de Mariologia. São Paulo: Paulus, 1995. pg. 99.
[2]
BACCARANI, Alfonso M. Maria caminha
conosco. São Paulo: Paulinas, 1994. p 28.
[3]
MURAD,Afonso. Maria, toda de Deus e tão humana. São Paulo: Paulinas, 2004.
p.28.
[4]Idem p.
36.
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